
De 1992 até
2004, Monção concentrou em torno de si a maior força política da cidade, na
opinião do povo. E a grande parte da classe política do município, sabendo disso,
rondava a figura dele como se fosse um pequeno rei; todos a se beneficiar abusivamente, de
algum modo, dos recursos públicos que entravam pela prefeitura de Cocal. Era
uma época de mais profunda ingenuidade e desinformação, com mais analfabetismo,
sem amplo acesso a internet, sem conscientização, com mais miséria no país, etc.
Tudo era favorável àquilo que ocorria. É até compreensível, em parte... Porém,
de 2005 em diante, a partir do início do seu último mandato, Zé Maria Monção
largou o povo ao descaso e à própria sorte; e o eleitorado começou a reprová-lo,
com críticas espalhadas nos quatro cantos de toda a nossa cidade: Aproximava-se
do seu fim o “Ciclo Monção”. A “classe política”, que o rodeava, vendo que
precisava criar outro “símbolo político” em torno do qual pudesse se reorganizar (em prol de se manter “abocanhando” os recursos públicos), ludibriando o povo de
que tudo seria em prol deste, decidiu criar um novo galho nessa antiga árvore
política venenosa ao munícipes de Cocal, vale dizer, como um “câncer”. Foi aí que, às
vésperas das próximas eleições, já em 2008, criou-se um novo “símbolo”, que
passou a se chamar “Os Vieira”.
Mas era só o começo
de um novo ciclo. Pois o “Clico Monção” estava no fim, mas ainda não tinha
terminado: faltava um “diminutivo”, isto é, o candidato Fernandim, para não se
desperdiçar sequer a raspa do tacho, isto é, para se beber das últimas gotas do
fundo da cacimba velha...
Da virada do
século até 2008, o vice-prefeito do Monção foi Osmar Vieira, irmão do atual
prefeito. Foram 8 anos ao lado do “gestor” que hoje está com os direitos
políticos cassados porque, naquela época, fez contra o povo o que jamais deveria
fazer. Fernandim, por sua vez, era apenas o motorista do prefeito. Não era um
líder político, nunca fora vereador; era apenas um funcionário de confiança do
chefe da cidade. E, naquele ano, a classe política, a fim de “sugar até o sumo”
da estrutura já montada na prefeitura, colocou Fernandim como candidato a
prefeito, para fechar o “ciclo” e, depois, em 2012, partir para um novo
“símbolo” que já estava sendo criado, com toda a “bajulação” possível, para ser
oferendado ao povo já cansado de “Monção” e de tudo aquilo que ele
representava. Criava-se, então, “Os Vieira”.
A campanha de
2008 se deu entre 4 candidatos a prefeito: Fernandim, Rubens, Antônio Carlos e
Gilson.
E o resultado
foi este:
Fernandim................. 5.812 votos (40,98%)
Rubens...................... 4.402
votos (31,04%)
Antônio
Carlos......... 2.778 votos (19,59%)
Gilson........................ 1.191
votos (08,40%)
*veja na imagem ao fim desta matéria.
Como se vê
acima, com 40,98% dos votos, isto é, bem menos da metade, o “diminutivo” Fernandim
fechou o fim do “Ciclo Monção”, sendo o pior governo que Cocal já teve,
justamente por não representar a vontade da maioria dos cocalenses (59,02% foram contra).
Pois naquela ocasião bastava Antônio Carlos ter se aliado a Rubens, ou toda a
oposição ter se unido, e a história poderia ter sido um pouquinho diferente
entre 2009 e 2012. Mas, por algum capricho da “classe política”, acomodada nos
seus cargos e regada por “caciques” estaduais, decidiu-se “roer até o osso” da
estrutura já montada na prefeitura, com as bênçãos da Câmara Municipal (como
sempre, né?!), ofertando-se ao povo o pior prefeito de que se teve notícia na
nossa história recente (Foi o alto preço que o povo pagou por confiar demais na
sua “honestíssima e bondosa classe política”). Prosseguindo...
De 2009 até
2012, o “diminutivo” Fernandim, criado pela classe política, “lascou” a vida
dos cocalenses com todos os desmandos possíveis; sendo cassado pela Câmara
Municipal, sob extrema pressão popular, numa época na qual o povo cercava, em
manifestação democrática, a Casa Legislativa até a polícia chegar... Houve
inclusive arremesso de ovos podres no presidente da Câmara (O Baca)! Foi uma loucura,
inimaginável em tempos de coronavírus...
Mas o que o
povo não sabia era que estava tudo sendo preparado para que o próprio povo,
confiando que a “classe política” solucionaria tudo como nunca fez, corresse
para os braços de um novo “símbolo” de mudança, pela própria classe política
criado: “Os Vieira”. E assim aconteceu: em 2012, o PMDB finalmente se uniu ao
PSDB e foi eleito pela primeira vez o prefeito Rubens Vieira e, com ele, a
promessa de jamais repetir toda a corrupção do “ciclo político” anterior, que se
concluiu com o “diminutivo”, o motorista Fernandim, a jogar nosso município às
traças por “quase” 4 anos de sofrimento...
Foi então que,
em 2013, no início da “nova era: o futuro a gente faz agora”, com “Os Vieira”,
a classe política começou a se organizar novamente, aos pouquinhos!, para que os
eleitores não percebessem e sentissem algum incômodo: a maior parte de todos
aqueles que estavam usufruindo dos desmandos anteriores (candidatos, puxa-sacos, gente que
tinham cargos de confiança, alguns empresários, etc., ou seja, a “classe
política”) começou migrar para a nova estrutura: a dos “Vieira”. E em 2016, no
auge da bonança desse “novo ciclo”, o prefeito se reelegeu, pois a classe
política, de propósito, não ofertou algo melhor ao povo que, por sua vez, não
criou o seu próprio caminho, aceitando, sem reclamar, aquilo que a classe
política lhe oferecia na “bandeja das candidaturas” ... A cidade continuou com
os problemas de sempre: saúde, abastecimento d’água, estradas, escolas, etc.
etc., tudo largado e escondido atrás de um marketing político teatral diabólico.
E o povo, após ter aceitado mais uma vez aquilo que a “honestíssima” classe
política lhe ofereceu, deparou-se com uma terrível decepção: um imenso
escândalo de corrupção revelado pela Operação Escamoteamento e atribuído ao
prefeito, com a cidade repleta de policiais federais e civis, e, no noticiário,
a vergonha de se ter um prefeito supostamente indigno da honra do povo. E, cada
ver mais, as cortinas do teatro começaram a se rasgar e o povo começou a não gostar
mais do que via e ouvia sobre, por exemplo, como o prefeito teria construído
uma bela mansão no centro da cidade que governava com o voto dos pobres.
Estamos em
2020; e a classe política, mais uma vez, está vendo o fim de mais um “ciclo”, agora
o “Ciclo dos Vieira”. Contudo, este ciclo ainda não terminou. Falta mais um “diminutivo”
na nossa história: o Nonatim. Este nunca foi vereador, apenas presidente de
sindicato. E é vice-prefeito tendo conseguido somente 33 votos como candidato a
vereador em 2008, pelo PT do B; ou seja, só teve a confiança de 32 cocalenses,
pois um desses votos era o dele próprio – Os eleitores de Cocal não costumam dar muita
importância para candidato a vice-prefeito, até que ele se torne um “diminutivo”
desagradável em suas vidas.
Nonatim pode,
sim, ser mais um “diminutivo” para que a estrutura hoje já montada na
prefeitura aproveite ao máximo esse “ciclo” que está terminando... Pois está
claro que o povo, em sua maioria, não vê mais sentido algum naquele “símbolo
enganoso” que lhe ofertaram em 2012, na figura política de Rubens Vieira que
estava na bandeja das candidaturas da época, cujo garçom era, como sempre, a
“honestíssima classe política” de Cocal. Só que o povo quer, agora, mudança de
verdade! (Não a mudança que Elizeu Veras, no fundo, queria...). Mas vejamos: a
propósito, que mudança de fato o povo quer, afinal?! A “classe política”, pelo
que se vê, não liga exatamente para saber qual é a mudança que o povo busca.
Ela só quer oferecer ao povo qualquer mudança que seja, mesmo que, na essência,
não mude nada, apenas “os nomes”; pois conhece muito bem as paixões de seus
eleitores e crê que eles jamais irão despertar. E, sem perder tempo, indo na
frente do povo, na expectativa de eleger mais um “diminutivo” (Nonatim), a
classe política, enquanto divide a oposição, já se dedica na criação de um novo
“símbolo” para 2024: um médico que há poucos dias estava em tranquila convivência
com o atual prefeito; a ser ofertado, mais uma vez, como se fosse a mudança que
o povo quer. A história, amigos... muitas vezes se repete. Vejam que a oposição
se dividiu com MDB, de um lado, e Gilson, do outro. Os caciques... lá de cima,
assim decidiram que fosse e assim está sendo; em harmonia com o Governador do Estado,
“patrão” de toda a estrutura do prefeito, que ainda vê muito sumo a ser sugado
e muito osso a ser roído na prefeitura de Cocal. Alguns dos vereadores "do
prefeito", por sua vez, já estão com o novo pretenso “símbolo” da classe
política para o futuro no PP/MDB... Pois, mesmo ainda tendo água na cacimba
atual, já cuidam todos eles de cavar um “novo” poço, construindo, outra vez,
mais um próximo “símbolo político”, a ser ofertado aos cocalenses em 2024,
quando o “ciclo” de hoje já estiver esgotado o suficiente para o povo implorar
por mais um “salvador” de dentro da própria classe política, antes mesmo de 2023. E, se tudo der certo para eles (tomara que não!), em 2025,
infelizmente, a maior parte daqueles que hoje “mamam” na prefeitura, irá migrar,
mais uma vez, pouco a pouco, para o novo “símbolo” da “classe política” de
Cocal, do “câncer” que ela é. Pois o povo, naqueles dias, certamente aceitará “qualquer
coisa” como “renovação”, se for para se livrar de um “diminutivo” terrível a
massacrar as suas vidas...
FIM...